terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"NO MEU CANTO"

                 
Ouve este canto aflito!
Que não sabe se é acorde ou é grito,
Salvação ou delito,
Cheio de eco a te buscar

Ouve este tom partido!
Que foi por vezes agredido,
Afetado e infligido,
Quando quis se revelar

Ouve e vê!
É que vê e não ouve!
O canto este que te angustia,
É a voz do meio-dia...
Que escolhi pra te lembrar,
Que aqui estou pra te cantar.

Anne Oliveira (Culta , e puta!)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"CAÇA"



Admiro teu ser.
Como um olhar sábio e minucioso analisa uma obra de arte.

Como uma fera estuda sua presa antes bem antes de atacar.
Só aí então, te devoro. Só em meus sonhos mais loucos fiz de ti minha vítima, minha presa, meu alvo,
dentro de mim essa angústia desenfreada por tomar-te em mim, comigo, por fora, por dentro,
e sinto. O avassalador encontro da minha mente com a tua palavra,
da tua pele com os meus olhos,

da tua alegria com o meu encanto,
e do segredo com o meu silêncio; Me instiga e me destrói.
Em mim te faço dependente de tudo o que seja meu e que tenha a ver comigo,
te faço fugitivo, detento, te faço desespero e pranto.
E pra mim, só pra mim se humilha, se prostra e se rende.
Ah, estou doente...
As coisas mais surreais, quimeras histórias tua presença tem me despertado.
A verdade é indiferença e irrelevantes saudações.

Em mim te vejo como a lua; nua, sozinha, desprotegida... E me sinto
já tua dona; destemida, disposta, heroína...
Faço de conta que só eu posso te salvar e que sou insubstituível e irresistível

e na verdade sou tão desnecessária como existir.
E te desejo só o mal.
O mal do meu amor, o mal do meu silêncio, o mal do meu carinho,
o mal do bem-me-quer, o mal que eu te seria por toda a vida.
Te desejo também a decepção;
A decepção de descobrir algum apego a mim,
a decepção de sentir saudades do meu estar-por-perto,
e a pior de todas; a decepção de querer me chamar. Não te desejo tanto isso por guardar-te rancor.
Se não que o me-querer que te faria mal me faria um bem enorme.
Também não sou egoísta, te daria o livre arbítrio de ficar comigo ou me amar. Sendo que, as duas coisas nunca foram sinônimas; se estou contigo, de repente, não é porque te amo.
e, se te amo, afinal, porque não estou contigo?
Talvez não tenha te desejado o mal com tanta força.
Ou talvez, porque teria pena,
Costumo ser um mal incurável terminante e irreversível. É tão estranho que te olhe assim meio de longe e meio de lado,
que em mim transborde todo o querer, o afeto, o efeito que teus lábios causam ao falar.
E falam tudo. Falam de clima, de horários, de compromissos, de festas,
de dias, de noites, de todos os outros ao redor e no mundo... menos de mim.
E os teus olhos que notam tudo, são observadores do que é belo, do que é
simpático, do que é alheio, do que é sem graça... Mas a mim não vêem nem notam.
É tão estranho o fato de eu sentir o teu se-aproximar há metros de distância e
você sem sequer imaginar o quanto, aqui, fico te desejando.
Te desejando o mal, é claro.
Que aprendi a não desejar pra mim o que não é meu.
É quase sempre certo que nunca será, e se algum dia chegar a ser,
chamarei de sorte ou acaso. O receber-algo por vontade, por desejo e anseio é pura ilusão.
Não te desejo então pra mim, porque não te tenho,
porém, me desejo pra você; por inteira.
Inteira, figuradamente, digo. Pois ando bem às metades,
faltando sempre alguma coisa, bem meia boca,
incompleta eu diria.
Mas o que tenho de mim não é tão pouco, é
definitivamente o mal que te basta.
Temo o tempo.
Mas não por meu eu, e sim por ver que tem passado tempo demais sem mim.
E esse tempo demais sem mim me faz perder o controle e me torno impotente, desesperada.
O caçador vira a caça, o predador vira a presa.
E só aí então; me devora.
E só nesse caso, involuntária, me deixo, presa fácil.

Anne Oliveira  [ Culta e puta!]
Imagem: geisamachado.blogspot.com

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

TENDÊNCIAS E ESTILOS… ESTRANHOS!



Quando falamos de revistas de moda em seguida nos vêm à cabeça - ou à de gente original e com personalidade própria - milhares e milhares de desenhistas de moda, marcas com nomes freaks e vestuários que, muitas vezes etiquetamos como "belos", quando jamais os usaríamos. Claro, os olhos do espectador, nestes casos, estão mais expectantes que nunca esperando ver o in & out do mundo da moda. Deve ser por isso que quando adotamos esses looks ridículos (sim, mais cedo ou mais tarde nos contagiamos um pouquinho com o bichinho Vogue), os consumidores de revistas fashion pensam que estamos in, quando na verdade estamos in-aceitáveis e in-satisfeitos.
Porque, sejamos sinceros, podemos vestir o conjuntinho mais original e atrevido dentre os aconselhados, porém a atitude que tinha a modelo que o apresentava na capa dessa revista não podemos comprar. À ela pagam milhões de reais para atuar satisfeita! Ou pior, euros e dólares. Estas revistas deveriam buscar outra forma de se expressarem se o que querem é emitir uma espécie de mensagem positiva à sociedade, porque em realidade a única coisa que geram são cópias baratas. A indústria da moda é como uma fábrica aonde as pessoas entram com sua essência natural e estilo próprio e saem feito Playmobil, com o mesmo look que a anterior (e o que vêm depois lhe seguindo); então quando saímos para a rua não vemos mais que uma fila de corpos vestidos exatamente iguais; como saídos de um filme temático.
A onda atual - segundo a revista ELLE - parece inspirada por uma série de musas do rock  & pop tais como: Madonna e Gwen Stefani para elas, e rockers ao estilo The Beatles para eles. Tudo bem, no entanto penso eu; se somos fans de certos famosos com estilo poderíamos limitar-nos às antigas camisas com prints daqueles artistas.
É que realmente acredito que o mais importante é sempre nos conservarmos a nós mesmos já que não somos Madonna nem Paul McCartney, mas sim, garotos e garotas com ideais, gostos e personalidades diferentes e aptas para criar algo muito mais original que o que já existe.
Não devemos nos esquecer de que a moda, a fim e a cabo, é só um conjunto de trapos adornados, que tenta embelezar um pouco nosso lado menos importante; o exterior.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"BRINQUEMOS DE SER FELIZ!"

"BRINQUEMOS DE SER FELIZ!"

Por que será que SEMPRE quebramos a cara com essa coisa de “felicidade”? O que é a felicidade? É um sentimento momentâneo ou permanente?
Se “é” feliz, ou se “está” feliz? É obrigatório querer ser feliz?
Inevitável dúvida existencial. Bom, creio que é esse o problema… perdemos tanto tempo pensando e perguntando-nos se “tal” coisa e/ou pessoa nos faz feliz, que não a desfrutamos.

Muitas vezes por pensar não vivemos, e essas coisas escapam de nossos dedos. O pior é que, enquanto se afastam, começamos a lamentar porque nos damos conta de que aquilo era felicidade, e por alguma coisa ou outra não podíamos ver!
Sim, sim, tal qual como te disseram alguma vez: “Não valorizamos o que temos até que o perdemos”. Porém não devemos ficar tristes, nem deixar que esses lamentos nos vençam. A todos nós isso aconteceu alguma vez. Aprender a lição é a chave, analisar o que fizemos ou dissemos anteriormente e não repetir os mesmos erros uma e outra vez.
A mim uma vez me aconteceu. Perdi algo, ou melhor; a alguém que me importava muito, e nunca pude vê-lo até que já não existia mais.
Na realidade, nos dedicamos a nos perder dia após dia. Particularmente aquilo me doeu na alma.
Hoje em dia, quando penso nessa “felicidade” que escapou de mim, digo: “Ok, aprendi essa lição”. Vivemos ganhando, perdendo e aprendendo lições de vida, as quais vão nos transformando em pessoas melhores. Não devemos esquecer que tudo de bom e ruim que nos acontece vem de cima e é para o nosso bem… há tantas pequenas coisas que nos brindam felicidade e não nos damos conta. Se olharmos ao nosso redor, está claro. Tente imaginar se você não tivesse isso que vê agora (sejam coisas, pessoas, momentos).
Como ontem me disse uma amiga, hoje digo a vocês: “Temos tudo ao alcance de nossas mãos”. Comecemos a desfrutar do que temos enquanto não chega o que desejamos (tranquilo, se isso que deseja é para você, tarde ou cedo vai chegar). Busquemos nossa criança interior; essa que não vê o jogo como um engano ou uma mentira, se não como o que realmente é: felicidade. E brinquemos de ser feliz.