quarta-feira, 1 de agosto de 2012

CANTAROLANDO...

"Qualquer canção de dor
Não basta a um sofredor
Nem cerze um coração rasgado
Porém ainda é melhor
Sofrer em dó menor
Do que você sofrer calado."

Qualquer canção -
Chico Buarque 


Achei o trecho perfeito pra apresentar a vocês minha
singela página de
cover's
soundcloud.com/soyanne/ 
Onde me expresso em forma de sons. E respiro um pouco mais.

Quem puder conferir...Todos são bem vindos! Nenhum predicado será prejudicado! E eu aposto, que o oposto, é pra muito mais que só atrair.

Abraço na alma!

Att,

Anne Oliveira

segunda-feira, 7 de maio de 2012

DISCURSANDO...

Talvez, senhores, ao fim e ao cabo desilusão não seja mais que um estado de espírito!
Um estado de dor, de entendimento, de renúncia , de percepção…
Talvez se desiludir não seja mais que deixar de acreditar no que um dia fizeram ser
 a razão de suas vidas.  Ou mais, se dar conta de que o que criaram em suas mentes
como algo perfeito e eterno, não é assim.
Denotar, de repente, que até o infinito tem seu final.
E mais, senhores, creio que devêssemos começar a ler mais os contos de nossos travesseiros.
Que esquecemos de colhê-los antes de mandar as fronhas à lavanderia.
Andamos vivendo de sonhos lavados, senhores!
E isto é um horror!
O cheiro de novo, todos os dias, me faz sentir que não tenho historia.
Acordei, hoje pela manhã, e me dei conta de que sou um pobre desiludido.
Assim como vocês todos. Porque não temos história. Não temos passado pois somos
covardes demais para admitir que algo nos tenha doído e falhado.
E já não recolhemos os sonhos que fedem debaixo das nossas camas.

Ante tudo isto, meus senhores, os peço que deixemos já nossa mania
do que é novo e passemos a prestar atenção no que nos ocorre enquanto dormimos.
Enquanto o sol renasce e a lua se põe em mil fases.
Enquanto  as caspas das lembranças e vergonha por havermos amado
e sofrido até dormir para esquecer ficam agarradas nos cantos e esconderijos dos
sonhos e de nossa insônia.   
                                                              ...

Anne Oliveira

segunda-feira, 23 de abril de 2012

MONÓLOGO A DOIS

- Se soubesse que alguém chora por você, o que faria?
E se pudesse saber a razão, faria algo pra mudar?
- Não.
- Porque?
- Não é recíproco.
Me convém que chores por mim sem ao menos conhecer-me,
enquanto eu, em devaneios e febres passageiras vivo noite adentro,
e fora, também me desconheço.
- Então, pouco te importas se rio ou se choro quando na verdade tens
a consciência de saber-me amar-te?
- Não. Não tenho consciência. Consciência é de fracos, de sensíveis,
de espirituais, de introspectivos, de amantes que se comprometem demais;
de você.
- Ah... Que dizes se minh’alma sente fugir-se dela a respiração e fundir-se
a mim tamanha desilusão a ouvir-te assim tão fria.
Me cabe a dúvida; onde estás agora?
- Porque?
- Te necessito.
- Não entendo.
- Necessito que sê dê conta deste ser meu que fizeste assim ser. Que me olhe
outra vez nos olhos, e, mesmo que não faças idéia do que é profundidade, deixar-me
ser o intenso que tuas experiências antigas desconhecem.
- Me amas então... Sois sinceridade que meu eu despreza. E conto-lhe, que
não aprendi a valorizar o belo e o que me ofereces.
- Por quê?
- Há vida lá fora. Mundos giram, almas trafegam em ritmo frenético e queres tu
que eu perca tanto momento por somente a eternidade que tens a dar-me?
- Ah, tristeza minha... Se soubesses que teus instantes são os dias em que me encontro
sonhando contigo... São as horas que perco escrevendo-te em mim como
a cicatriz mais viva que me acende na carne e me compraza por tamanha dor...
- Louco! Te comprazes de dor?
- Sim. Que é tua dor... A dor que teu ser distante desperta em mim sempre quando me
deito. A dor que teu sorriso escancarado a qualquer outro me incita a sonhar-te mais comigo,
e a perder-te mais em mim...
- Lamento. Não sei quais foram teus mais puros instintos e intuições a fazer-te enamorado meu, tampouco a razão pela qual teu querer se fez concreto a pensar-me...
- O que dizes?
- Que lamento.
- Lamentas quanto? Se o teu lamentar fosse ao menos proporcional ao que sofro, lembrança minha...
Me farias já o homem mais feliz. Porém, lamentas com a menor das penas, e eu, mereço
muito mais! Mereço que passes ao menos uma noite em claro rindo-te de mim e
acariciando-te o ego por ter-me em tuas mãos como viciado e dependente.
Mereço, amor meu, que tenhas pena de verdade! Que tenhas a dó que tenho tido
eu mesmo de mim. Mereço, talvez, que me queiras (que seja) por compaixão.
- Vês? Por isso não amo! Porque te volves louco, irremediável, cego, humilhado,
incompreendido e só.
Sois tão só, querido... Que tua solidão me desperta a vontade de estar sozinha de ti.
- Teu não e ausência me fazem só. Responde-me!
Se soubesse que alguém chora por ti, o que faria?
- Não sei. Talvez sairia à boemias, beberia, fumaria, estaria distraída com outros seres como eu, iria rir em um cabaré ao som de um piano agonizante... E, em última ocasião, se é extremo
meu tédio, pensaria em quem me chora.
- E o que te falta para pensar em mim?
- O tédio. 
- E não te entedias nunca?
- Como vou a entediar-me, querido, se me procuras, me alivias os cansaços, me aceitas sempre
com o mesmo cheiro a álcool e sono acumulado? Me divertes, me refugias, me alimentas
de seguranças... Não há tédio que me alcance se giras comigo no meu ciclo desdenhoso.
- Assim entendo... Não me queres porque te amo em demasia! Porque quando choras
não me importo com o que tenho eu chorado e corro a fazer-te feliz...
E tenho completado-te inteira de mim e me perdido... Vejo, que há tempos sou
teu céu de estrelas, que me sonhas, que me pensas, e que somente eu, por completo,
não te basta... queres também não possuir-me, não garantir-se de mim,
minha ausência e...
- Ora. Vai-te, que é tarde e alucinas.

Anne Oliveira

sábado, 14 de abril de 2012

OS CINCO MIL ESCONDERIJOS

Quantas cores vejo no negro dos seus olhos!
E o fogo de seu sangue que me queimou… levo cicatrizes por haver te sentido dentro.
Me cale e me tranque a boca. Use as agulhas que encontrou em meu agulheiro; meu silêncio.
Me parta a cara com tuas mãos de papel e me encha o corpo de ar pra que possa
continuar flutuando. Acendi um cigarro com o calor de nossa pele… Que me gritavam me arranhavam, me coloriam e voltei  a ver os seus olhos de sombra.
E me perdi.
Corro pelos cinco mil esconderijos do seu olhar e me desfaço… escorrendo como lagrimas
das vontades partidas.
Não houve palavra, não houve silêncio, não houve você, eu tampouco.
Sigamos descendo pela escada do pecado e descubramos ao final que resulta
na garganta de um inocente diabo que nossas promessas criaram.
Me jurou tudo, e nada. Me jurou que seríamos reais em meio à tanta merda
porem não, não quero estar nem me sentir real. Não quero ser valente.
À você, à tua tortura, à tua loucura; sim quero.
Ver esta tua expressão molhada de mentiras enquanto as engulo, gota a gota…
e nos deixarmos lançados ao nada enquanto tudo segue girando e não sentimos pois
o amor nos dói demasiado  para sentir algo mais.
E eu gosto quando gritas à lua essa nostalgia que também é minha.
Me conte um conto, me apague a luz que já não sei como sonhar.
Nossa ultima canção de ninar foi infernal… que as meninas se tornaram
ladies e nossos Peter’s incharam em uma academia na Avenida Desilusão.
Façamos uma fogueira na porta da Felicidade; queimemos sonhos,
lembranças, dias, luas, caixas, corpos, almas, vozes, violões… Queimemos o
mundo! Vamos ver se nos abre.
E se não, nos deixemos por aqui; onde ninguém nos veja, enquanto choro e você me vê…
Enquanto conto aos filhos que nunca terei, quantos milhares de cores
haviam em seus olhos negros. E como vivi, enquanto morria um pouco mais nos
cinco mil esconderijos do seu olhar.


Anne Oliveira

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"OUÇA-ME"


Os versos que te faço
São todos calados, imprecisos
Como insetos se arrastando, indecisos
Sentindo o frio como foice de aço

Hoje em dia me olham e sentem falta de algo
Como queria ser eu mesma e gritar
Como queria ter coragem de não chorar
Mostrar a decepção do meu mundo vago

Versos meus que te dedico: - “Me deixe viver...
Se quiser não reivindico.
Deixe-me ser...
Ouça-me apenas! E por aqui eu fico.”

 Anne Oliveira   (Culta e Puta!)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

POR GOSTAR...


Pois é... Aqui estou. Blog quase esquecido, eu sei.
Mas vida é tão estranha, né? A gente ri, chora, conhece gente, conhece dores,
conhece estradas, amores, e principalmente desamores.
Andei sumida, admito que até enferrujei no quesito apalavrar...
Até os sentimentos andam enferrujados, digo.

Mas quanto mais eu (sobre)vivo, raros, mais me convenço e me conformo
de que realmente COMUNICAÇÃO é o melhor remédio!
Falta diálogo! Palavra é coisa rara! Coisa cara! E é grátis!
Contraditório. I know.
Todos possuímos o dom da expressão, de expressarmos o sentir. Mas, quem o faz?
Gritam, pulam, esperneiam, batem, machucam, rasgam, jogam fora, desgastam,

se matam, explodem...
E onde está a palavra?! Eu liberto quantas quiserem pra que aprendam o quanto é simples!
Voltei. Voltei pois acredito que quase me tornei como eles; INTROSPECTIVA.
Quase esqueci da irremediável e insaciável sede de CONVERSAR, DIZER, QUESTIONAR, (DES)ACREDITAR, FANTASIAR...

Voltei, pois é cedo demais para cultivar o desdém, ou tarde demais para aprender a fazê-lo.



SIGO.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"SEM SENTIDO"


Mas insisto em dizer que deveríamos somente deixar que nossas almas interagissem.
A gente, de verdade, só diz besteira.
Faz tempo que me calei. Porque se a boca pudesse ouvir, ficaria calada.
E a inquietude das horas vagas me corroem e de repente eu quero tanta coisa
que não tem fundamento que me desconheço.
A minha desconformidade é pelos outros ao redor, não absorvo o que não
me apetece há muito tempo.
Me preencho mais que o meu querer torto.
E não me conformo comigo.
As vezes penso que sou um ser inexistente.
As pessoas me vêem, existo. Ou não.
Acho que sou visível, não notável.
Há o querer não ver e o ignorar.
As vezes, por ignorância penso: sou no mínimo ignorável.
E visível, não notória, permaneço.
Não que quisesse ser vista ou reconhecida ou relevante, é que as vezes
faz falta certa ilusão de acreditar na vida.

E de repente eu tenho vontade de me levar pro teu ombro direito.
E tenho vontade de ver teus lábios de perto, não beijá-los,
vê-los apenas.
Me causa uma satisfação mais intensa poder te admirar de perto e
sentir meus olhos sorrirem e desfrutarem da  tua vulnerabilidade diante
do meu desejo selvagem contido num olhar doce e frágil.
E morro por te ter à milímetros apenas do meu corpo, frente-a-frente
cara-a-cara, não tocá-lo, respirá-lo apenas, e sentir tua respiração se misturando à minha e ver que compartilhamos o mesmo ar.
Hoje senti que uma cascata de sentimentalismo desabou sobre mim e
agora sinto a distância que existe entre nós e choro incontidamente por não
ter idéia de onde eu possa te encontrar e ainda que sequer exista
sinto meu interior te chamar no mesmo ritmo em que me palpita a dor.
Me arrepio de me ver de novo aqui chorando, mas sinto falta daquilo
que nunca tive.
Não é certo ter saudades do que não se viveu. Eu, tenho.

Acho que vida é isso.
Só criar sua história de amor mais linda e descrever como seria
toda a perfeição de estar contigo.
E te espero.
Com timidez, com inocência, com um cordão da sorte no pescoço e
talvez um jeito despreocupado...
E com um violão meio desafinado cantando a canção das nossas vidas.  

Não me faz falta nada mais que teus olhos.
Aqueles que eu quero ver de perto e analisar todas as suas cores.
As cores de você, do teu sorriso, tua aura, teu cabelo.
E estudar teus trejeitos que junto aos meus formam toda uma sintonia
em que eu me sinto deitada em jardins dos teus carinhos.
Acho que amar é isso.
Não o conheço de outra forma. E quer saber?
É esse que me convém.
E assim entre minhas mãos te vejo se distanciar e crio peito pra
andar mais depressa.
Já não corro. É necessário ter muita pressa pra correr, então como não a tenho,
escrevo apenas.

As vezes penso que sou um ser extremamente frágil.
Porém não, o frágil se rompe muito facilmente, você sim o é;
que sempre que me toca, se desfaz.
Quero te cobrar pela falta que me fazem esses teus olhos vivos
que me passam todo o amor.
E pediria que os fechasse agora, pra que pudesse tocá-los, e te ensinar
a sentir e a reconhecer a alguém no escuro;
que é onde vivemos na maior parte do tempo.
Te perdi dentro de mim.
E assim voando baixo continuo me apaixonando pela tua ausência desalmada
que me vê chorando e não se manifesta.
Mas te perdi aqui dentro, e dentro de você, te penso.
O que resta é dizer adeus.
Penso que vida é isso mesmo.
Tenho teus olhos eternamente gravados nos meus  
e só lamento.
Talvez não haja mais tempo porque já perdemos tempo demais.
E se a culpa é minha não me importa.
Se não vai voltar a me ver depois desse nunca, queria acordar contigo
só mais uma vez.
E versos se esvaem, poemas se vão, em um segundo; me disfarço.
Cadeiras vazias, mentes vazias, e o oposto que atraía hoje é o ódio.
Ando brincando bastante comigo mesma; com as palavras que me ensino
e com o meu ser sempre incapaz de se libertar e te buscar pra se humilhar e implorar
por contar qualquer segredo...
Então brinco com o que digo,
senão falo sério.

Anne Oliveira  [Culta e puta!]